"As mulheres precisam se organizar"

Na noite de ontem (04) o auditório da Reitoria da UFS recebeu a mesa de abertura da 1ª Semana Acadêmica da universidade, que serviu para expor o tema do machismo, ideologia que combatemos diariamente, mas recebe pouco espaço em outros eventos oficiais da UFS.

Na mesa, a companheira Mery Gatto, da executiva estadual da ANEL e da comissão de mulheres estudantes da universidade, que se formou durante os atos Somos Todxs Danielle Bispo, abriu sua fala com um minuto de silêncio em memória da funcionária da UFS morta em seu local de trabalho pelo ex-companheiro, com o boletim de ocorrência relatando agressões do mesmo em suas mãos.

Em sua fala, Mery lembrou não só que a mesa com esse tema era fruto da luta de estudantes, e infelizmente estava ocorrendo por conta de uma tragédia que vitimou mais uma mulher, pelo simples fato de ser mulher, mas também deixou claro que o país está muito atrasado em evitar que mais casos desses ocorram, já que a Lei Maria da Penha não é aplicada como deveria, e um problema que pelo governo é apontado simplesmente como cultural, é para a ANEL uma questão de prioridade, e do combate diário, que passa desde a discussão do tema em outros espaços, até o maior investimento para atender às mulheres vítimas de violência. Em Sergipe, por exemplo, só existe uma delegacia especializada, que só funciona de segunda à sexta em horário comercial, mesmo que a maioria dos crimes ocorra às noites e aos finais de semana.



Também ficou clara a necessidade de organização das mulheres, com recorte de classe para as mulheres trabalhadoras, que são as mais oprimidas e não têm condições de sair de casa, para que possam apontar saída coletivas, que passam por dentro da luta para que o país governado por uma mulher faça com que ela represente as mulheres que acumulam jornadas, trabalham o dia inteiro, cuidam dos filhos e da casa, e ainda são vitimadas diariamente por uma ideologia machista que oprime e mata.

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